segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Política Energética em más mãos

‘Sarney segue como o maior articulador da política energética e dos cargos do setor’

ESCRITO POR VALÉRIA NADER E GABRIEL BRITO, DA REDAÇÃO


Logo no início de mais um mandato petista, o país voltou a ser assolado por apagões, que desta vez atingiram oito estados do Nordeste durante um par de horas, gerando novas desconfianças sobre o sistema elétrico brasileiro. Dias depois, um blecaute de 15 minutos afetou a cidade de São Paulo, que também parou em meio às chuvas que afogam a cidade.

Com vistas a dissecar a questão, o Correio da Cidadania entrevistou o físico e estudioso do setor elétrico Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. E assim como em sua conversa anterior com o nosso jornal (‘Belo Monte é a expressão e o significado do governo Lula-Sarney’ ), Bermann apontou que tais eventos são reflexos da (falta de) gestão do setor, aparelhado por Sarney "há mais de 20 anos", com toda a anuência de Lula e, agora, de Dilma Rousseff.

O físico ainda ressalta que as características da transmissão de energia do país, com centros de consumo longe dos locais de geração, tornam nosso sistema elétrico mais vulnerável a intempéries, o que não poderá ser resolvido enquanto o interesse político se sobrepuser ao técnico. Como se vê no fato de o ministro da Minas e Energia, Edison Lobão, não ter conhecimento algum das questões técnicas do setor, um dos mais estratégicos do país.

Bermann relaciona, ainda, diretamente todos os projetos hidrelétricos nacionais a uma política que prioriza os grandes consumidores de energia, basicamente seis setores industriais. E lembra que o governo atual, na obsessão de diferenciar os eventos recentes dos apagões de FHC, coloca sobre a mesa um plano de expansão energética que atende muito mais aos interesses da indústria barrageira, ignorando solenemente os demais potenciais energéticos do país. 

A entrevista completa com Célio Bermann pode ser conferida a seguir (click aqui)

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