segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Eleição 2012: Nota de explicação e repúdio

Podem nos odiar, nos derrotar, nos ameaçar, dar voz de prisão, mas jamais conseguirão nos fazer assinar a covardia da rendição.

 
Como diz o companheiro Jeferson Moura do PSOL- RJ: “Dar voz as dores do povo é um desafio, mais do que um desafio é um compromisso”. Assumindo radical e intransigentemente esse compromisso social de dar voz as dores do povo, que não tem voz, vez e quer ter lugar digno na sociedade, que estamos no PSOL e representando as candidaturas do PSOL em Barreiras-Bahia, sendo porta voz dos que estão jogados ao léu da indiferença, e dormem ao rés do chão da sociedade, dos desprovidos de uma escola e de uma educação de qualidade, de saúde, esporte, lazer, cultura, praças, quadras poliesportivas e muitas vezes de “pão” para comer em casa, numa região com tanta produção de alimentos, numa região com tanta riqueza convivendo lado a lado com a pobreza extrema e que dessa forma acabam arrastando facilmente para a criminalidade nossas crianças, adolescentes e jovens, transformando-os precocemente em “pequenos bárbaros”.
Não é novidade para ninguém que a base programática do PSOL se pauta num principio: a independência política dos trabalhadores e excluídos. Dessa forma quando o PSOL foi fundado nacionalmente ele surgiu para ser um abrigo das bandeiras históricas da classe trabalhadora. Nós concebemos a categoria dos Policiais Militares como classe trabalhadora que também é massacrada, oprimida e que tem o seus direitos desrespeitados.
Nossa opção é estar ao lado do povo pobre, trabalhador, das/dos desempregadas (os), das/dos simples, das/dos estudantes, enfim, dos sem voz e sem vez, do povo brasileiro e barreirense.
Em assim sendo, quando nosso candidato a prefeito envolveu-se no caso dos adolescentes e jovens que eram de modo covarde, brutal, injusto, ilegal, imoral, indecente e humilhantemente, agredidos e violentados por aqueles que antes têm a função primordial de evitar e combater a violência, não fez nada mais e nada menos do que dar voz, àqueles adolescentes e jovens, que de tanto sofrerem a violência da privação de uma vida digna, já não podiam mais GRITAR por socorro, GRITAR a sua dor, GRITAR sua humilhação, GRITAR por respeito...
Como dizem: “Aonde há a violência, haverá sempre (ou deverá sempre haver) a luta contra a violência!”.
Renato Santos é advogado, casado, pai de três filhas e desde a mais tenra idade dedicado aos cuidados da família, e não somente a família que constituiu com sua esposa, mas toda a família da qual ele pertence – pais e irmãos. Militante social histórico de grupos de jovens, sindicatos, partido político, membro da direção da OAB e de outros importantes órgãos e entidades de defesa dos direitos humanos, possuidor de um relacionamento amistoso, respeitável, digno, honrado, sério e de crédito, com diversas instituições, inclusive com a própria Polícia Militar e o comando da mesma.
Todavia, não podia ficar imóvel diante das cenas, silenciar-se, furtar-se da obrigação de GRITAR o GRITO dos desprovidos de tudo e de todos!
É fato incontestável que em todos os setores da sociedade – na política, justiça, polícia, empresariado, imprensa, etc. – existem aqueles que devem ser chamados de imprestáveis, mas existem também os que dignificam suas profissões e honram as Instituições em que trabalham. Alguns trabalhadores das Polícias tenta de forma inconteste zelar pelo cumprimento dos seus deveres mesmo diante das gigantescas dificuldades enfrentadas. Já outros não são dignos de ostentar as insígnias da Polícia Militar.
Somos conhecedores do degradante trabalho da polícia militar e nos solidarizamos na luta pela melhoria das condições de salário e trabalho nas polícias.
O PSOL tem lado na luta por uma sociedade livre, justa, humana e sem qualquer tipo de opressão e/ou repressão. E este lado, também é ao lado dos Policiais Militares, Bombeiros, Civis e da População!É o nosso PSOL que em Brasília no Congresso Nacional tem travado intransigente e radicalmente uma luta em defesa dos Policiais Militares, Bombeiros e Civis, na luta pela aprovação da PEC 300 que fixa o Piso Salarial dos policiais militares.No Rio de Janeiro a nossa Deputada Estadual Janira Rocha teve o mandato ameaçado de cassação por defender os policiais militares e estar favorável a greve dos mesmos no inicio desse ano. Aqui na Bahia, Marcos Prisco e outros PM’s encontraram abrigo no PSOL, no momento da legítima greve e reivindicação da PM.
Não poderíamos nos omitir, ao assistir um explorado, oprimido, explorando e oprimindo outros!REPUDIAMOS toda e qualquer forma de exploração, opressão e repressão!
Diante do ocorrido fica evidente que há uma defasagem na formação desses profissionais tão vitais na sociedade. Em que consiste o processo de formação dos policiais militares. Deparamo-nos algumas vezes com alguns grupos de futuros policiais na rua, deitando no chão, correndo, fazendo exercícios físicos e cantando aquelas músicas com letras depreciativas, preconceituosas e machistas. Sabe-se que ficam um período no Batalhão e lá fazem alguns testes/provas de conhecimentos. Consiste apenas nisso a formação desse imprescindível profissional?
Algumas (uns) podem argumentar, dizendo: “Mas, o caso não era nem com eles. Ele nem conhecia os adolescentes e jovens. O que ele queria se meter com isso?”
Como diz Heloisa Helena vereadora do PSOL em Maceió: “De fato para nós seria muito mais cômodo, cuidar da nossa vidinha pessoal com serenidade e ternura como gostamos. Ora, não são os nossos filhos que estão jogados nas ruas, acorrentados ao crak como miseráveis escravos, porque tem gente que é assim, tem gente egoísta, que se for o seu filho sangrando e agonizando faz uma barraco para defender, mas se for um pobrezinho das ruas passa de longe para não se comprometer. Mas, por que [Renato Santos] e outros mais insistem nessa travessia dolorosa de incomodar-se com as angustias extremas dos outros? POR QUE insistem em sentir como se dor em seu coração fosse, a dor que é do outro e não lhes pertence?
Porque é nossa belíssima obrigação defender a vida em plenitude, para aquelas (es) que esse modelo medíocre de sociedade está condenando a barbárie da dor de prostituirem seus corpos, de servirem de mão de obra escrava do trafico, narcotráfico e do crak, além de transformá-los em mortos em dignidade, mesmo em vida. Porque jamais vão nos fazer assinar a covardia da rendição. Nas nossas lutas honradas a esperança é luz em nosso caminho, como diz: “Falo pelos os que não falam, grito pelas bocas mudas, estou além da mortalha da mentira e da mordaça.”
REPUDIAMOS o exercício no mínimo de falta de profissionalismo de alguns presunçosos e pseudo radialistas que em seus programas de Rádio, ao anunciarem o acontecimento, teceram comentários levianos, infundamentados, inconsistentes, desrespeitosos, com ridicularização e chacotas. O verdadeiro exercício da liberdade de imprensa da qual o PSOL também é defensor, é averiguação e exposição na integra dos dois lados de um eventual história ou fato. E não a deturpação dos fatos e acontecimentos, a  exposição pública e irresponsável das pessoas.
Por fim afirmamos uma vez mais que o PSOL vem se consolidando como um partido necessário e indispensável as/aos desamparados e desprovidos de tudo e de todos!Infelizmente as/os trabalhadoras (es) ainda não adquiriram uma consciência que os fizesse identificar e lutar contra as/os verdadeiras (os) responsáveis por suas mazelas
O PSOL tem lado e este é ao lado do nosso povo pobre, negro, sofrido, excluído sem perspectiva de um futuro promissor. Fazemos ecoar mais uma vez que é necessário lutar por aquelas (es) que não conseguem gritar a sua angústia extrema!

 

“Aonde há a violência, haverá sempre a luta contra a violência!”

 

 

Barreiras, 09 de setembro de 2012.

 

Direção Municipal do PSOL Barreiras

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